O despejo contínuo de esgotos indevidamente tratados em bacias hidrográficas, afetando rios, lagos e lençóis freáticos resulta em poluição ambiental e diversos riscos à saúde humana, principalmente no que tange a possibilidade de transmissão de doenças Isso se deve pelos vários tipos de uso conferidos aos corpos d’água (mares, rios, lágoas, lençóis, etc) como fontes de abastecimento, irrigação, recreação e reúso. Dessa forma, o processo de desinfecção dos esgotos sanitários e outros efluentes tem como objetivo o controle da qualidade microbiológica das águas.
O Cloro é o desinfetante mais popularmente empregado no Brasil e no mundo, muito devido ao seus aspectos técnicos, como a facilidade no uso, a difusão mundial da tecnologia, a eficiência na inativação biológica, principalmente bacteriana, e também o aspecto do baixo custo de implementação. Entretanto esse uso, de acordo com estudos posteriores, é gerador de trihalometanos (THMs), substâncias potencialmente cancerígenas e agressoras do meio ambiente.
Em consequência desse fato, a pesquisa por métodos alternativos ao cloro, dentre eles, a
radiação ultravioleta criou, desde então, forte impulsionamento na comunidade científica da área
de tratamento de águas e efluentes. A radiação Ultravioleta, emitida por lâmpadas específicas,
é um mecanismo físico no qual a inativação microbiana ocorre pela alteração de componentes moleculares essenciais para as atividades celulares, causando danos irreversíveis nos ácidos nucléicos (DNA e RNA) dos microrganismos.
O ultravioleta é capaz de inativar 99,99% das bactérias, vírus e parasitas em questão de segundos, portanto a desinfecção de água é um método rápido e confiável de conseguir água potável em um mundo na qual esta é cada vez mais escassa.
As principais vantagens são o baixo custo em comparação a outros métodos de desinfecção e a não utilização de produtos químicos ou tóxicos durante o processo. Utilizar o tratamento com raios ultravioleta possui diversos benefícios como ser ecologicamente correto já que não agride o meio ambiente, pode ser totalmente automatizado e não precisa de atenção especial ou troca anual de lâmpadas, facilitando a manutenção.
Fonte:
“Evaluation of the use of ultraviolet radiation to disinfect sewage” – Jeanette Beber de Souza